O ensino profissional foi o tema em destaque num seminário organizado pela Associação Domvs Egitanae, em Penamacor.
A iniciativa serviu também para fazer o balanço de um ano de actividades.
Não é novidade para ninguém e muito menos para para quem opta por tirar um curso superior. Ter um diploma na mão e ser licenciado de fresco não é garantia de portas abertas no mundo do emprego e a realidade não deixa dúvidas.
Depois, há também os outros que optam por um curso profissional e até conseguem arranjam trabalho, antes mesmo de acabar o curso. Este é o caso de muitos dos alunos do CENFIM, o Centro de Formação Profissional para a Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, que tem, actualmente, centro de formação espalhados pelo país, sobretudo junto das zonas do litoral, entre Lisboa e o Porto. Esta concentração tem, no entanto, uma explicação lógica, já que é aí se encontra grande parte das empresas do sector o que quer dizer que a oferta só podia estar à porta de quem procura.
Ainda assim, esta condição não impediu o CENFIM de já ter dado cursos em Castelo Branco, em colaboração com o Centro de Formação Profissional. No entanto, a colaboração ficou pelo caminho “Como em tudo e cada vez mais, as questões institucionais funcionam menos e está muito dependente das pessoas”, diz Manuel Grilo, que concretiza a ideia dizendo que a simples mudança do director do centro levou ao fim da colaboração. Uma situação ocorrida há vários anos, mas que retrata mais uma oportunidade perdida.
Esta colaboração durou três anos “ e com muitos bons resultados” garante o director do CENFIM, que ainda continua a colaborar com empresas de Castelo Branco. Já quanto ao Centro de Formação Profissional de Castelo Branco, tal como foi projectado e está a ser aproveitado, é peremptório, “ aquele centro que lá está é megalómeno, aquilo é uma estrutura sorvedoura de dinheiro, cuja eficácia eu ponho em causa”.
A rentabilização passa, então e na opinião do responsável do CENFIM, pela colaboração entre entidades, razão pela qual manuel Grilo se diz defensor do espiríto cooperativo. Mas avisos vão também para quem vê no ensino superior a salvação do interior do país. “A história de sempre procurar para a região mais uma universidade...temos que acabar com isso. Temos que rentabilizar e por a funcionar aquilo que temos”, refere.
Balanço de um ano de actividades
O CENFIM nasceu há 18 anos e actualmente está instalado em 10 cidades portuguesas, mas também já chega a Moçambique. A relação do centro com os alunos não termina a partir do momento em que acabam o curso, já que são acompanhados durante os dois anos seguintes. Logo que completam seis meses fora da escola é feito o primeiro inquérito, para sabercomo corre a vida profissional, só assim é que Manuel Grilo pode falar em casos de sucesso.
O ano de 2003 foi, para a Associação Domvs Egitanae, o ano da sua afirmação. Apesar dos escassos participantes no seminário do último sábado, dia 13, Bruno Caldeira faz um balanço positivo do último ano que começou em Janeiro, também na Escola EB 23 Ribeiro Sanches com uma exposição. Seguiu-se a participação no enterro do entrudo em Fevereiro que acabou por ser uma excepção dentro de um plano de actividades marcado, sobretudo, pela discussão de vários temas como as regiões alvo de um colóquio, em Março, na Casa do Povo de Penamacor, seguido da participação na FACEP, com um stand onde também foi organizada uma discussão à volta do tema da juventude.
No entanto, a cereja do bolo foi a vinda do Embaixador da Finlândia a Penamacor, para o encerramento da Semana Escandinava, o que aconteceu no mês passado.
in jornal “Reconquista” de 19 de Dezembro de 2003