sexta-feira, outubro 29, 2010

"MEGALÓMANO E SORVEDOURO DE DINHEIRO" - NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL RECONQUISTA EM 19.12.2003


O ensino profissional foi o tema em destaque num seminário organizado pela Associação Domvs Egitanae, em Penamacor.

A iniciativa serviu também para fazer o balanço de um ano de actividades.

Não é novidade para ninguém e muito menos para para quem opta por tirar um curso superior. Ter um diploma na mão e ser licenciado de fresco não é garantia de portas abertas no mundo do emprego e a realidade não deixa dúvidas.

Depois, há também os outros que optam por um curso profissional e até conseguem arranjam trabalho, antes mesmo de acabar o curso. Este é o caso de muitos dos alunos do CENFIM, o Centro de Formação Profissional para a Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, que tem, actualmente, centro de formação espalhados pelo país, sobretudo junto das zonas do litoral, entre Lisboa e o Porto. Esta concentração tem, no entanto, uma explicação lógica, já que é aí se encontra grande parte das empresas do sector o que quer dizer que a oferta só podia estar à porta de quem procura.

Ainda assim, esta condição não impediu o CENFIM de já ter dado cursos em Castelo Branco, em colaboração com o Centro de Formação Profissional. No entanto, a colaboração ficou pelo caminho “Como em tudo e cada vez mais, as questões institucionais funcionam menos e está muito dependente das pessoas”, diz Manuel Grilo, que concretiza a ideia dizendo que a simples mudança do director do centro levou ao fim da colaboração. Uma situação ocorrida há vários anos, mas que retrata mais uma oportunidade perdida.

Esta colaboração durou três anos “ e com muitos bons resultados” garante o director do CENFIM, que ainda continua a colaborar com empresas de Castelo Branco. Já quanto ao Centro de Formação Profissional de Castelo Branco, tal como foi projectado e está a ser aproveitado, é peremptório, “ aquele centro que lá está é megalómeno, aquilo é uma estrutura sorvedoura de dinheiro, cuja eficácia eu ponho em causa”.

A rentabilização passa, então e na opinião do responsável do CENFIM, pela colaboração entre entidades, razão pela qual manuel Grilo se diz defensor do espiríto cooperativo. Mas avisos vão também para quem vê no ensino superior a salvação do interior do país. “A história de sempre procurar para a região mais uma universidade...temos que acabar com isso. Temos que rentabilizar e por a funcionar aquilo que temos”, refere.

Balanço de um ano de actividades

O CENFIM nasceu há 18 anos e actualmente está instalado em 10 cidades portuguesas, mas também já chega a Moçambique. A relação do centro com os alunos não termina a partir do momento em que acabam o curso, já que são acompanhados durante os dois anos seguintes. Logo que completam seis meses fora da escola é feito o primeiro inquérito, para sabercomo corre a vida profissional, só assim é que Manuel Grilo pode falar em casos de sucesso.

O ano de 2003 foi, para a Associação Domvs Egitanae, o ano da sua afirmação. Apesar dos escassos participantes no seminário do último sábado, dia 13, Bruno Caldeira faz um balanço positivo do último ano que começou em Janeiro, também na Escola EB 23 Ribeiro Sanches com uma exposição. Seguiu-se a participação no enterro do entrudo em Fevereiro que acabou por ser uma excepção dentro de um plano de actividades marcado, sobretudo, pela discussão de vários temas como as regiões alvo de um colóquio, em Março, na Casa do Povo de Penamacor, seguido da participação na FACEP, com um stand onde também foi organizada uma discussão à volta do tema da juventude.

No entanto, a cereja do bolo foi a vinda do Embaixador da Finlândia a Penamacor, para o encerramento da Semana Escandinava, o que aconteceu no mês passado.

in jornal “Reconquista” de 19 de Dezembro de 2003














segunda-feira, outubro 18, 2010

"KALEVALA POR CAMÕES" - NOTICIA PUBLICADA PELO JORNAL RECONQUISTA EM 21.11.2003 SOBRE A VISITA DO EMBAIXADOR ESKO KIURU A PENAMACOR


Esko Kiuru foi o convidado de honra no encerramento da Semana Escandinava da Associação Domvs Egitanae. O diplomata finlandês veio falar da Kalevala, a epopeia nacional da Finlândia que tem provocado grande interesse junto de onde menos se esperava, os apreciadores de “heavy metal”.

Chama-se Kalevala. O nome é estranho à maioria dos portugueses, mas não a uma portuguesa que se viu a braços com a tradução do finlandês, para a língua de Camões. Ana Isabel Soares tem em mãos a responsabilidade de levar a bom porto a primeira tradução para português da epopeia nacional da Finlândia, depois de um primeiro contacto com a tradução de um romance nos idos de 1995.

O trabalho tem, no entanto, uma ajuda preciosa, a de Merja de Mattos-Parreira, uma finlandesa que acabou por constituir familia no nosso país, até porque, como admite Ana Soares, o finlandês não se aprende em alguns anos, é preciso muito mais. O desafio começou quando o Presidente da República visitou a Finlândia tendo ficado estabelecido, na altura, que o Kalevala seria traduzido para português, ao mesmo tempo em que os Lusíadas, de Luíz de camões, seriam traduzidos para finlandês.

Esko Kiuru acabou por vir até Penamacor apadrinhar a apresentação da obra, uma maneira de conhecer o interior do país para deixar de ver Portugal apenas do redor da embaixada. “A visita a este país é muito importante, especialmente hoje em dia, quando nós temos estas negociações entre os Governos, sobre o futuro europeu. Nós temos também que conhecer as culturas dos países, não só as culturas das cidades grandes, mas também as regiões um pouco ao lado” disse o diplomata, num português ainda esforçado, mas claro.

O finlandês é mesmo uma das mais antigas línguas do mundo. Os primeiros registos datam de há quatro mil anos ou seja já anterior ao nascimento de Cristo e não se pense que pela proximidade e uma certa resonância é tudo igual. “Somos parecidos com os suecos e noruegueses, mas temos muito pouco a ver com eles”, garantem Merja Parreira que juntamente com Ana Soares lembram aquele que foi talvez o colóquio mais curioso em que falaram do Kalevala. Recentemente, foram convidadas para falar sobre o livro frente a uma plateia de apreciadores de heavy metal, tudo porque um dos grupos mais apreciados dentro do género faz diversas referências ao livro e às suas personagens. A plateia esteve muito atenta, garante Merja Parreira, que brinca com a situação dizendo que em vez de professores de longas barbas brancas tiveram barbas menos brancas e acompanhadas de roupa preta e muitas correntes...

in jornal “Reconquista” de 21 de Novembro de 2003

terça-feira, setembro 28, 2010

CHINA – AS DIFERENTES VISÕES IBÉRICAS



Há três semanas uma comitiva do governo espanhol liderada pelo seu presidente, Rodriguez Zapatero visitou a China. Esta visita tinha a intenção de abrir mais oportunidades para os produtos e serviços espanhóis singrarem no tão apetecido e exigente mercado chinês.


Consequência disso ou não, a Gamesa vai investir mais de 90 milhões de euros na terra dos antigos mandarins.


O facto desta acção da diplomacia espanhola ter sido acompanhada muito de perto pelos seus órgãos de comunicação social, sendo objecto inclusive de referências de primeira página nos principais jornais mostra a importância da internacionalização que é dada pelos “nuestros hermanos”.


Quanto a Portugal foi noticiada também há algumas semanas a concessão da licença de voo da TAP para a China, todavia essa notícia teve um tratamento quase residual na imprensa.


Aliás, o alienamento da pátria de Luiz Vaz de Camões, Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque ou Fernão Mendes Pinto pela Ásia é de todo incompreensível e exasperante.


Com uma longa relação com o Oriente, nomeadamente com a China, não consegue impor-se como os seus antepassados fizeram. Porque os portugueses do Séculos XV e XVI conseguiam aplicar a sua marca pelos territórios em que passavam.


Nem a experiência secular de ter administrado um território chinês como foi Macau, não conseguiu retirar significativos proveitos, muito por culpa do desprezo de Lisboa pela sua diáspora e por aqueles lutavam para prestigiar o nome de Portugal além fronteiras.


Porque a preservação do português como uma das línguas oficiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) por mais 40 anos, as calçadas, os edifícios e os monumentos que atestam a presença lusa serão únicas coisas que restaram do seu legado, o que é manifestamente pouco por tantos séculos de permanência.


Por sua vez, a China estabeleceu a RAEM como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial como os países de língua portuguesa, e no ano de 2003 o governo da República Popular da China (RPC) criou o fórum para ajudar nessa missão.


Pouco tempo depois a China propôs a Portugal que fosse criado um fundo para ajudar as empresas nas trocas comerciais, ao que o governo português imbecilmente declinou.


Foi mais uma oportunidade perdida, pois os “frutos” que esse fundo geraria poderiam hoje ser colhidos, e as relações luso-chinesas estariam certamente num patamar bem diferente. O mesmo não acontece com o Brasil e com Angola cuja a sua relação vai de “vento em popa”. E aqui não se trata de uma mera questão de recursos naturais e económicos, embora isso ajude muito nas suas parcerias comerciais, trata-se fundamentalmente de ter uma atitude digna de serviço de Estado, e não de vaidade pessoal.


Se ontem a China perguntava e puxava por Portugal, hoje segue o seu caminho como segunda potência económica mundial.


Enquanto o objectivo principal de Zapatero na sua viagem à China é de vender a “Marca Espanha”, aproveitando a onda mediática de serem campeões do mundo de futebol, mas também devido ao resultado do seu trabalho diplomático que tem investido forte na promoção da língua espanhola e na dinamização do Instituto Cervantes pelo mundo.


Por sua vez, a diplomacia portuguesa continua aburguesada, anacrónica e incompetente porque ainda não viu que o “centro” do mundo tenderá a deslocar-se para a Ásia devido ao seu crescimento económico, e bem como esse continente deter cerca de metade da população do planeta. Hoje, a Europa vive precisamente o contrário, uma recessão económica e política, pois não consegue encontrar o rumo certo para o desenvolvimento social tão apregoado nos tratados europeus, mas muito pouco praticado.


Se no Velho Continente, sobretudo na Europa germanizada, Portugal é visto como um país de segunda ou terceira classe, e em que é menosprezado, e a prova disso é a proposta da Comissão Europeia poder vetar os orçamentos nacionais que é uma clara violação às constituições nacionais.


Também em 1580 partilhamos a soberania com o Filipe II de Espanha, com o beneplácito dos mais altos responsáveis da nação – a Alta Nobreza e do Clero, e teve um resultado desastroso para o futuro de Portugal que ainda hoje se reflecte na sociedade.


Enquanto na Ásia, os portugueses ainda merecem algum respeito, pois a lenda do “Afonsinho”(Albuquerque) continua ainda a vaguear pelas terras do Oriente passados tantos séculos, o Estado português simplesmente ignora essa evidência do passado e do futuro.

domingo, setembro 26, 2010

"Domvs Egitanae promove Semana Escandinava" - Notícia publicada no jornal Renconquista em 07.11.2003

Arranca já este sábado a Semana Escandinava, uma iniciativa da Associação Domvs Egitanae para dar a conhecer em Penamacor a cultura nórdica. O programa começa com a inauguração de uma exposição “A Escandinavia de ontem, hoje e de amanhã” na Escola EB 23 Ribeiro Sanches. Também no auditório da escola vai decorrer um colóquio sobre “A Educação e a Europa” que contará com a presença de Katriina Pirnes em representação da Embaixada da Finlândia, Valter Lemos, o Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco e ainda de Cândido Moreira da Associação Académica também do Politécnico albicastrense.

O programa terá como ponto alto, o próximo dia 15 em que estará em Penamacor, Esko Kiuru, o Embaixador da Finlândia em Portugal para a apresentação da tradução portuguesa da Kalevala, a epopeia nacional finlandesa.

in jornal “Reconquista” de 7 de Novembro de 2003

terça-feira, setembro 21, 2010

Notícia sobre o colóquio "O Poder das Regiões" publicada no jornal Reconquista em 21.03.2003


FORMAÇÃO POLITÉCNICA NÃO É SUFICIENTE

Turismo, acessibilidades e mais aposta nas associações juvenis são alguns dos aspectos considerados fundamentais para dar voz ao Interior. Conclusões extraídas do Colóquio que decorreu em Penamacor e onde Martins da Cruz considerou essencial uma Universidade em Castelo Branco

As regiões sobretudo as do Interior do país terão poder? A pergunta não terá obtido respostas directas, apesar de o colóquio ter por título “O Poder das Regiões”

Foi assim que a Associação Domvs Egitanae se deu a conhecer, de forma mais aberta, com um colóquio que juntou autarcas como Domingos Torrão e Armindo Jacinto, pessoas ligadas ao meio académico como Martins da Cruz, António Delgado da Universidade da Beira Interior, José Carlos Henriques da Universidade Independente e ainda Francisco Abreu que falou do associativismo juvenil. Convidados que, no entanto apontavam vários caminhos para responder à questão essencial ao colóquio, só faltando mesmo o Governador Civil de Castelo Branco que apesar de ter sido confirmado como um dos oradores acompanhava à mesma hora a visita do Ministro da Educação a Castelo Branco.

Domingos Torrão abriu o leque de ideias com o tema “As vias para o desenvolvimento de Penamacor” onde defendeu os mesmos objectivos que o levaram à presidência da Câmara. Para o autarca o desenvolvimento de Penamacor passa pela aposta em sectores como o turismo, a que não passa ao lado a questão da construção de uma unidade hoteleira e a promoção não só do que o concelho pode oferecer de património histórico e natural, como também dos produtos regionais. O presidente da Câmara Municípal de Penamacor não esqueceu ainda a questão das acessibilidades como o arranjo da ligação a Espanha e a velha luta da ligação à auto-estrada.

Universidade em Castelo Branco

Armindo jacinto tem, no entanto, uma opinião muito própria quanto aos investimentos que Penamacor quer fazer a nível de alojamento. O vice-presidente da Câmara Municípal de Idanha-a-Nova defendeu que o concelho vizinho de Idanha pode apostar no turismo, mesmo sem a construção de um hótel.

Aponta como exemplo o projecto “Casas da Raia” que passa pelo alojamento em habitações particulares. Um projecto gerido pela própria Câmara Municípal de Idanha-a-Nova que, no entanto, está mais a frente até mesmo a nível de hóteis e estalagens.

Martins da Cruz aponta como caminho para o desenvolvimento do Interior uma única palavra: a formação, que defendeu como solução para o problema da desertificação. Segundo o reitor da Universidade Lusíada, o Interior está sem gente porque “a causa fundamental da nossa desertificação, não tenhamos dúvidas, é única e simplesmente a qualificação das pessoas”. Adiantou, por outro lado, que os politécnicos não são suficientes para formar os estudos do Interior, apesar de não querer desvalorizar o trabalho feito, sobretudo na região, embora defenda uma Universidade em Castelo Branco.

A formação, ou a falta dela, é também o problema apontado por José Carlos Henriques para falar das autarquias. Segundo o director do curso de administração regional e autárquica, da Universidade Independente, são ainda poucos os trabalhadores ao serviço das autarquias com formação superior. Mais de metade, não tem sequer o 9º ano e licenciados deverão ser apenas 2,5% dos quadros autárquicos.

A discussão fez-se também do retrato das associações juvenis. Francisco Abreu considerou estranho que as Badas Filarmónicas e os ranchos Folclóricos não possam ser classificados como associações juvenis.

Lembrou que muitas dessas associações têm, não só uma história, que em alguns casos chega a ultrapassar o século de vida, como também são constituídas essencialmente por jovens o que em princípio seria meio caminho andado para serem considerados associações juvenis.

No meio de vários caminhos houve ainda espaço para a defesa do património cultural, no mês em que passou mais um aniversário sobre o nascimento de Ribeiro Sanches, António Delgado, docente da disciplina de História da Arte na Universidade da Beira Interior defendeu a realização de um congresso sobre Ribeiro Sanches para atraír estudiosos ao concelho e retirar do anonimato, a figura de um dos portugueses mais influentes do século XVIII no país e no mundo.

in jornal “Reconquista” de 21 de Março de 2003



segunda-feira, setembro 20, 2010

Notícia sobre o colóquio "O Poder das regiões" no Jornal Urbi et Orbi da Universidade da Beira Interior

 


EM BUSCA DO INTERIOR PERDIDO

Penamacor discute soluções para um problema que não é recente: a desertificação. Apostar na educação e no turismo pode trazer melhores dias para o Interior do País.


Realizou-se no passado sábado, dia 15 de Março, um colóquio em Penamacor, com o intuito de discutir novas soluções para o problema da desertificação no Interior de Portugal.

Desenvolver o turismo, recuperar as zonas históricas, aproveitar os recursos naturais, melhorar os acessos – ligar Penamacor à Auto-Estrada A23, e criar alojamentos foram os principais temas debatidos.

Cerca de 40 pessoas assistiram a este evento, no qual se destacou a intervenção de Martins da Cruz, da Universidade Lusíada, ao levantar a questão da qualificação.

Segundo o pai do Ministro dos Negócios Estrangeiros, “a desertificação não é um problema que afecta apenas esta zona, mas todo o país e a causa fundamental é a falta de qualificação. No Interior há apenas Institutos Politécnicos...é também necessário criar universidades!

Martins da Cruz salientou ainda o facto de que a Finlândia com apenas 5 milhões de habitantes, tem 42 universidades, enquanto Portugal, que atinge os 10 milhões de habitantes, se limita a 14 universidades. “Temos que lutar por melhores transportes, saúde e turismo, mas o fundamental é mesmo a educação”, acrescenta o Presidente da Direcção da Cooperativa de Ensino Universidade Lusíada.

O projecto levado a cabo por uma recente associação juvenil, Domvs Egitanae, contou ainda com a presença de Domingos Torrão, presidente da Câmara Municípal de Penamacor, Armindo Jacinto, vereador do Pelouro da Cultura, Turismo e Desporto de Idanha-a-Nova, José Carlos Henriques, da Universidade Independente, António Delgado, da Universidade da Beira Interior, e Francisco Abreu, ex-delegado do Instituto Português da Juventude da Delegação de Castelo Branco.

Bruno Caldeira, presidente desta associação sem fins lucrativos, mostrou-se satisfeito com o colóquio, lamentando apenas a falta de comparência dos presidentes das Juntas de Freguesia. No futuro, planeia organizar uma maratona de ténis em Castelo Branco e “paintball” em Monsanto. Estas actividades terão lugar no próximo mês de Agosto. Em data a definir, realizar-se-à em Idanha-a-Nova, o seminário “O Futuro da Europa para as Regiões”.

in “Urbi et Orbi”, jornal online da Universidade da Beira Interior, edição nº163/18 de  24 de Março de 2003


domingo, setembro 19, 2010

Fotos do Colóquio "O Poder dos Regiões" 15.03.2003


Fotos do colóquio "O Poder das Regiões" organizado pela Associação Domvs Egitanae, na Casa do Povo de Penamacor, no dia 15 de Março de 2003...


José Carlos Henriques (Professor Universitário), Domingos Torrão (Presidente da Câmara Municipal de Penamacor), Bruno Caldeira (Presidente da Associação Domvs Egitanae), António Martins da Cruz (Presidente da Fundação Minerva e Chanceler das Universidades Lusíada), António Delgado (Professor na Universidade da Beira Interior) e Francisco Abreu (Ex-Delegado do Instituto Português da Juventude no distrito de Castelo Branco)

Pormenor do painel dos oradores

Quatro horas a discutir sobre a temática da regionalização e do poder local

Discussão do poder regional e local nas vertentes política, económica, cultural e social

quinta-feira, setembro 09, 2010

O Poder das Regiões em debate

A Associação Domvs Egitanae com poucos meses de existência e reunindo no seu seio jovens dos concelhos de Penamacor, Idanha-a-Nova e Castelo Branco, avança já com a sua primeira iniciativa. Trata-se de “O Poder das Regiões”, nome do colóquio que junta este sábado, dia 15, na Casa do Povo de Penamacor nomes como Domingos Torrão, que vai falar das vias de desenvolvimento para Penamacor, Álvaro Rocha, que escolheu o turismo como tema, Francisco Abreu que irá abordar o tema do associativismo juvenil e o reitor da Universidade Lusíada, Martins da Cruz que foi convidado para encerrar os trabalhos, entre outros convidados.
As confirmações deixam satisfeita a direcção da associação presidida por Bruno Caldeira, um jovem natural da Bemposta, a freguesia mais pequena e desertificada do concelho de Penamacor, de onde são também naturais grande parte dos membros da direcção. Apesar disso, a associação ainda não tem uma sede, que em princípio ficaria instalada na freguesia.

A direcção pediu à Junta de Freguesia local um espaço na Casa do Povo, mas até agora não obteve resposta. Sendo assim, a sede da associação que quer trabalhar pelos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Penamacor está para já instalada na Grande Lisboa onde vive e trabalha Bruno Caldeira.

O colóquio deste sábado é a primeira grande iniciativa da nova associação, mas não é a primeira actividade, uma vez que já foram organizadas exposições de pinturas e fotografia.

in jornal “Reconquista” de 14 de Março de 2003

quarta-feira, setembro 08, 2010

The History of Domvs Egitanae



The Association Domvs Egitanae was founded in 2000 by Bruno Caldeira, who wanted to conceive something outstanding in its village, “Bemposta do Campo”, that was, and still continues, growing old. His purpose was a collective entity creation to put into action a new vision to try to fight against cultural and social poverty. This idea had begun from the television history documentary "Horizontes da Memória" hosted by Professor José Hermano Saraiva that had described with amazing detail the “Penamacor” history. One of the places described was the old roman council, “Egitânia”, which main centre was located where nowadays “Idanha-a-Velha” is placed, but its territory extent was larger, including also what is now all the “Penamacor”, “Idanha-a-Velha” and “Castelo Branco” councils area. During the ancient roman occupation this place was prosperous and with a population of about 250 000 persons.

Curiously, the Association’s legal constitution was on 21st of January of 2002 but only one year later Domvs Egitanae had started the development of its own project and its brand image promotion.

The Domvs Egitanae beginning of was very complex, like it was happen with its legal constitution, with the first inside conflicts arising. Although these initial problems, in the begging of 2003 a photographic exposition called "Da Terra ao Céu" was performed, firstly in “Bemposta do Campo”, during all January, which actually was the first type of this king of initiative done in the region. Then, the exposition was moved to “Penamacor”, specifically to the “Ribeiro Sanches” School. This scholar institution has given also the support for the Association’s first participation in FACEP, which is an exhibition of economic activities in “Penamacor”. The Domvs Egitanae black t-shirts exclusively created for this event were very popular to all public of FACEP.

Other activity developed by the association, with a lot of proud for everyone, was the recover of the old ritual of the Carnival’s Funeral that was made in “Bemposta do Campo”, without council’s institutional support, which was always refused. It should be pointed out that the Domvs Egitanae participation in “Penamacor” carnival was centred in this ritual, as it was an old tradition that was beginning to disappear.

In December a lecture about the some technical graduations was given in Ribeiro Sanches School and this was the association last initiative.

THE REGIONS AUTHORITY
Despite the Domvs Egitanae projects and work developed, anyone could imagine that in the short time a conference organization could be possible. However, in March of 2003, the conference entitled by “The regions authority” has been made and it was possible to set together university teachers, politics and the person in charge for the youth policy of “Castelo Branco” region and in which Professor “Martins da Cruz”, leader of the Minerva Foundation that is responsible for “Lusíada” University, presence was particularly important. This conference has opened the debate about the human abandonment from interior regions and some measures that should be taken to fight against this social degradation have been suggested. This event was also visible to the media with the important presence of the regional newspapers “Reconquista” and “Gazeta do Interior” and of the radio stations “Cova da Beira” and “Voz da Raia”. That was, with no doubts, the first greatest event organized by Domvs Egitanae.

THE FINNISH RELATIONSHIP

In the end of 2003, an initiative about the northern countries was planned, which it was supposed to be the first international relationship activity. In spite of some good intentions from the northern embassies present in Portugal, when a real project regarding a “Scandinavian Week” has came through the support requested was denied. The last chance to this project was the Finnish Embassy and when everyone was expecting a refusal, the answer from them was the following declaration: “The Ambassador had enjoyed a lot your project”. Yes, these words from the diplomatic representation of the Kalevala country were magic.

From that moment on, the connections between Domvs Egitanae and Finnish Embassy were being developed. The first result was cooperation on the “Scandinavian Week” project and then the cultural assistant had participated in the debate about “Education trough Europe” with an intervention focussed in the Finnish educational system.

On 15th of November of 2007, the most important moment of the association had happened with the presentation of Kalevala, the Finnish National Epic, in “Penamacor” Palace Council. The teachers from Algarve University of Algarve, Ana Isabel Soares and Merja de Mattos-Parreira made the translation to Portuguese language of this presentation and Finnish Ambassador, Mr. Esko Kiuru, was also present as sponsor.

After the Finnish diplomatic visit to “Penamacor” invited by Domvs Egitanae the relationship with the City Hall was frozen without any reason. The question to be made could be “Had the visit of an Ambassador trough Domvs Egitanae invitation bothered some people in the City Hall?”

Facing the pride of some people from “Penamacor”, Domvs Egitanae had turned to “Castelo Branco” and with the support of the Technical University the initiative “1st Finnish Week” was organized, with the objective of showing some of that Northern Country culture. The debate “The Culture of Death on the Extremes” focussed in the differences between religions on the matter of death was also realized.

The conference “The Economical Diplomacy versus The Cultural Diplomacy” have finished the thematic week and with the presence of the Ambassador Esko Kiuru once again, as well as some politic persons from “Penamacor”, “Idanha-a-Nova” and “Castelo Branco”, the Finland’s Trade Centre Country Manager of and also the Ibero-American Institute of Finlad director, Professor Timo Riiho. The farewell was at the “Suomi Party” supported by the pub “Bar Património” with the DJ Yari performance.

In 2005 the “2nd Finnish Week” took place in May, due the ended of the Ambassador Esko Kiuru mission in Portugal, thus this event was also a tribute and acknowledgment to all the support given from him to the Domvs Egitanae.

In this last initiative about Finland, the programme was centred in politic, economy and culture subjects. In the cultural topic, the exposition “100 Penguins – The Migrating Birds” from Leena – Maija Kiuru had particular importance, as it was firstly in Lisbon, specifically in the “Oceanário de Lisboa”, then in Algarve and finally it have landed also in “Castelo Branco”. Taking in account that 2005 was considered the year of Finnish design, a conference with the subject “The Finnish Design” was realized in the “Castelo Branco” with the presence of Aila Kolehmainen, the Finland Design Forum communications director, among others. On 19th of May this activity have finished with the “The Portuguese and Finnish Vision about the European Constitutional Treaty” conference, which had the European Parliament delegates, Riitta Myller and Jamila Madeira, as primary speakers, with the purpose of talking about some sensitive matter from that restructuring project of the European Union. It should be pointed out that the Portuguese television channel, RTP, have made a news report about the Domvs Egitanae initiatives in their program “RTP Regiões”.

Latter, Domvs Egitanae had started a long-standing reflexion period and therefore the change of its objective was decided and from now on the work would be to go ahead with the European culture promotion and to strengthen the international connection with other countries.



sábado, setembro 04, 2010

Domvs Egitanae - Declaração de Princípios


Traduzido à letra DOMVS EGITANAE será qualquer coisa como, a Casa da Egitânia.

Contudo, EGITANAE tem simbolicamente um significado próprio e quem sabe original, na medida em que foi fruto de uma casual abstracção, na qual foram de certa maneira fundidas duas palavras: Egitânia e “Ataegina”. Esta última palavra refere-se a uma Deusa Lusitana. Aconteceu que o som da segunda sílaba da palavra “Ataegina”, ou seja, “tae”, adaptou-se à palavra Egitânia, dando resultado à palavra EGITANAE. Na verdade, EGITANAE surgiu devido à sua bela sonoridade, pelo que, esta palavra não tem um significado preciso, visto que a intenção, não foi a invenção de um neologismo. Todavia, EGITANAE passou não só a ter o mesmo significado que Egitânia, porque é esse o intento que se pretendeu alcançar, como também, passou a traduzir uma visão próspera e inovadora que se anseia para a antiga região romana.

Actualmente, a Egitânia compreende os concelhos de Penamacor, Idanha-a-Nova e Castelo Branco, os quais serão a nossa área de acção.

Por sua vez, DOMVS, literalmente significa casa, ou seja, a casa onde se faz a justiça e que prima pela ausência de hipocrisia.

Algumas terras egitanas têm nos seus centros um pelourinho, no caso da freguesia mais importante no aspecto histórico do concelho de Penamacor, a Bemposta, o pelourinho situa-se em frente à DOMVS Municipalis. Desde já, o pelourinho deverá ser a simbologia máxima da associação por todo o seu enorme significado histórico e cultural que representa; poder, honestidade, subtileza, justiça e beleza.

A DOMVS EGITANAE, tem a sua sede na Bemposta, concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco.

Apesar de juridicamente a DOMVS EGITANAE denominar-se como associação juvenil, ela pretende ser muito mais que isso. É dirigida para os jovens e dos jovens egitanos para a sociedade em geral.

A criatividade e a irreverência deverão ser factores determinantes para a consumação dos nossos objectivos, que passarão pelo preenchimento de acções ausentes na sociedade e pela melhoria significativa dos acontecimentos já realizados.

A título de exemplo, a realização de concertos, colóquios, eventos, feiras, encontros e publicação de informação serão com certeza medidas a tomar.

A integração europeia também não poderá ser descuidada, e essa será uma das grandes prioridades da associação.

O encontro entre as várias culturas europeias e a cultura "egitana" será muito importante para a promoção e divulgação da Egitânia além fronteiras, podendo melhorar o nosso panorama educacional, cultural ou económico.

Bemposta, 21 de Janeiro de 2002

quinta-feira, agosto 05, 2010

CARREFOUR 4 em Lisboa

No passado dia 27 de Julho teve lugar a inauguração da exposição colectiva de artistas sérvios - "Carrefour 4", no Museu da Água - Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa.

A capital portuguesa é a quarta etapa desta exposição, depois de ter estado presente em Paris, Belgrado e Madrid.

No ano em que se comemora o centenário do primeiro tratado celebrado entre Portugal e a Sérvia (1910-2010), este evento tem a particularidade de mostrar os trabalhos de artistas sérvios espalhados um pouco por toda a Europa, nomeadamente em França, Espanha, Portugal e da própria Sérvia, entre os quais destacam-se Aleksandar Rafajlovic, Aleksandra Saranovic, Anica Vucetic, Branislav Mihajlovic, Dusan Vrga, Masa Krivokapic, Misko Pavlovic, Nicola Raspopovic, Zdravko Joksimovic e Milan Atanaskovic, que também é o curador da exposição.

"Carrefour 4 - Encruzilhada" procura ser "um sinal temporário de reconhecimento no cruzamento caótico das épocas, sempre vibrante numa imensidão de cruzamentos simultâneos onde as direcções se alteram a qualquer momento, num movimento maciço de pessoas e coisas no planeta, neste supermercado global contemporâneo"1

A exposição "Carrefour 4" estará patente até dia 4 de Setembro.

1 ) In catálogo da exposição "Carrefour 4"



‎"A Construção do Impossível I" de Milan Atanaskovic



Uma das obras da exposição
 
 
Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras
 
 

Pedro Inácio - Director do Museu da Água



Discurso de Dusko Lopandic - Embaixador da Sérvia I


 
Discurso de Dusko Lopandic - Embaixador da Sérvia II
 
 
 
Os primeiros visitantes da exposição
 

O ambiente da inauguração



O almoço do operário em tempos de luta de classes ou na transição da Sérvia" de Milan Atanaskovic

quarta-feira, junho 30, 2010

quarta-feira, junho 16, 2010

10 de Junho - Dia de Portugal e dos seus descendentes


Celebrou-se mais um feriado nacional. E se tiver bom tempo, o mais provável é que haja uma grande afluência às praias ou a fuga para outro tipo de diversão.

As palavras anteriormente descritas são o modelo típico com que a generalidade dos portugueses vê e sente a passagem de mais um feriado nacional, sendo completamente indiferente o motivo que deu origem à sua celebração.

Estado de espírito bem mais positivo é o vivido por exemplo nos países nórdicos, pois a sua celebração é sinónimo de festa e de exaltação popular e patriótica. Durante as minha visitas ao norte da Europa, mais concretamente a Helsínquia fiquei enormemente espantado com a mobilização popular no que diz respeito às comemorações das suas festas nacionais, e bem como aos eventos culturais relevantes que ocorrem naquela cidade.

E aqui não se pode colocar a questão como muitos advogam que sejam uma mera questão de regime político, pois na Finlândia vigora a república, enquanto nos seus vizinhos escandinavos – Noruega, Suécia e Dinamarca vivem sobre uma monarquia constitucional.

O mais inquietante sobre este défice de demonstração patriótica é que Portugal é uma das mais antigas nações da Europa e com uma história fascinante, sobretudo se atendermos à época dos Descobrimentos, pois um pequeno país da Europa dominava os mares do mundo conhecido.

Perante esta inércia que nos assola, o que realmente está a acontecer? Será que estamos atravessar mais uma severa crise económica, uma crise financeira, uma crise de valores? Nada disso! O que verdadeiramente estamos a ser fustigados é com uma severa crise de identidade que dura há mais de 200 anos.

Na história universal há poucos povos que se podem orgulhar dos seus feitos perdurassem no tempo, e que actualmente ainda formatam as vivências das populações de diferentes pontos geográficos.

A verdade é que não se sabe de que “matéria” eram feitos os portugueses dos Sécs. XV e XVI. Com uma população a rondar o 1,5 milhões de habitantes e com um território exíguo controlavam praticamente todos as rotas comerciais marítimas conhecidas. Todo o povo estava embebido por um objectivo – os seus governantes, os seus estrategas, os seus navegadores, os seus soldados, os seus mercadores estavam mergulhados num espírito e numa fé deveras heróicas que hoje ninguém consegue explicar essa valentia e audácia dos portugueses daquele tempo senão pela metafísica.

Historicamente o período que estamos actualmente a viver é certamente um dos mais baixos, sem ambição nem rumo para a nossa colectividade. Mais que uma questão económica ou financeira, pois o Estado Português desde a sua fundação em 1143 sempre gastou mais do que tinha, pois o nosso grande défice é de natureza emocional, sem confiança nem bravura dos outros tempos.

Tal como a fé, cada um tem a sua própria definição de pátria, todavia quem confinar o povo português a Portugal continental e às regiões autónomas dos Açores e da Madeira, está apenas atender e um elemento do Estado - o Território.

Mas o povo português está por todo o lado, por todo o mundo, e não estou apenas a citar às comunidades emigrantes do Séc XX, refiro-me também a um dos maiores legados que a História nos conferiu que são os seus descendentes, sobretudo aquela descendência que sobreviveu órfã, mas que resistiu a todos os ventos e marés, mantendo a cultura, as tradições e os costumes que os seus antepassados deixaram.

Sim são eles os Portugueses do Oriente!!!

Da Índia (Goa, Damão e Díu), visitando Ceilão, passando por algumas comunidades da Tailândia, da Birmânia e de Singapura, ancorando na “Veneza do Oriente”, Malaca, não esquecendo as ilhas das Flores na Indonésia nem de Timor-Leste e subindo para a “Mais Leal”, Macau, são sem dúvida estes homens e mulheres que brotam a efervescência eloquente dos seus antepassados. E é para estes Portugueses do Oriente que devemos contemplar o seu sentido patriótico, que conseguiram nunca deixar de falar o português crioulo, embora infelizmente em algumas comunidades já se tenha extinguido, o vestuário, as danças ou a comida, mesmo quando desamparados durante séculos pela pátria - mãe foram sempre fiéis às suas raízes.

Ao contrário daqueles que por motivos de mera promoção pessoal usam a nacionalidade e o passaporte português, jogam na selecção nacional de futebol dizendo que não se sentem portugueses e que nem vão cantar “A Portuguesa”, sem que haja um censura firme por parte da sua hierarquia, enquanto que os outros, os portugueses do oriente, os portugueses de sangue, que por vezes quando solicitam alguns simples fatos tradicionais para continuarem a divulgar a cultura nacional nos seus países de nascimento são muitas vezes ignorados pelas instituições do Estado, o que é manifestamente injusto.

Estou muito céptico que o Estado português tenha uma nova postura mais dinâmica para o oriente, tanto mais que o crescimento económico e demográfico dessas economias fará que seja nos próximos anos seja a região mais interessante do planeta, como foi há cinco séculos. Todavia, espero que a sociedade civil portuguesa una-se a este desígnio, seja a nível societário, associativo, cooperativo ou fundacional, tendo já em conta a execução de alguns projectos meritórios no oriente que estão a salvaguardar a identidade lusa em terras do Oriente.

Já é mais que tempo para contemplar aqueles que honram a memória da Pátria!!!

terça-feira, junho 08, 2010

A revista Raia Diplomática


Em Agosto de 2005, o agora Director da revista Raia Diplomática, Bruno Caldeira, criava o seu blog pessoal de Política Internacional.
Cinco anos depois, mais precisamente no dia 28 de Novembro de 2009 era lançada a primeira revista portuguesa de actualidade internacional, com o nome do mesmo blog - Raia Diplomática!!!

quinta-feira, junho 03, 2010

Victrix Media Consulting e a Fundação Minerva assinam protocolo de cooperação.

No passado dia 27 de Julho foi assinado um protocolo de cooperação entre a Victrix Media Consulting (proprietária da revista Raia Diplomática) e a Fundação Minerva – Cultura – Ensino e Investigação Científica, entidade titular das Universidades Lusíada.
Este protocolo visa estabelecer um quadro de colaboração entre as duas instituições, através da realização de actividades conjuntas em áreas cientificas.
A cooperação estabelecida abrange a colaboração editorial nas suas respectivas publicações e a realização de congressos, colóquios e seminários temáticos.

Paradise Lost - Last Regret

segunda-feira, abril 19, 2010

Bemposta on the Road - Um conceito diplomático



Os Descobrimentos Portugueses foram porventura a época áurea do povo português. Depois das guerras com Castela, e com a definição das suas fronteiras, a audácia e coragem dos portugueses virou-se para a conquista do mar, até então pouco conhecido, e que nas mentes da Idade Média estava impregnado de lendas fantasiosas, mistérios e medos assombrosos de uma sociedade muito fechada.

Na sua génese, o empreendedorismo e a sagacidade do Infante D. Henrique veio atestar que a pequena nação chamada Portugal veio dar novos mundos ao mundo com a descoberta de novos territórios e novos povos, até então completamente desconhecidos e de existência duvidosa aos olhos dos Reinos da Europa. Essa época gloriosa para os portugueses veio moldar o sentido da pátria, criando uma mitologia e heróis próprios, que hoje ainda estão imortalizados no povo português e no mundo.

Virando a página para o Século XXI, e situando no nosso Portugal, é bem sabida a existência de regiões que se desenvolvem económica e socialmente a vários ritmos. No extremo oposto desse nível de desenvolvimento temos o interior, mais precisamente as pequenas aldeias da província que tendem a desaparecer no tempo. Uma dessas aldeias chama-se Bemposta, que pertence ao concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco. A antiga Bemposta do Campo, que foi sede de concelho, concedido pelo foral do Rei D. Manuel I, em 1510.

A pequena Bemposta do Campo foi durante mais de três séculos município, gozando no seu tempo de autonomia política e jurídica, simbolizado pelo seu belo pelourinho. Contudo, o declínio populacional e de investimento parece irreversível. Mas será mesmo assim? No passado dia 15 de Março, no Museu de Harrow em Londres, deu-se início ao projecto “Bemposta On The Road”.

Mas no que consiste efectivamente o projecto “Bemposta On The Road”?

Em termos exógenos, consiste em mostrar através de uma exposição fotográfica, denominada “Bemposta – A Deep Looking”, as cenas quotidianas da Bemposta, as pessoas, o património cultural, os campos, as paisagens, isto é, os momentos peculiares desta aldeia; e em ser transportada, através de uma exposição fotográfica, para Londres, onde estará a decorrer até ao dia 11 de Maio, e que em Setembro visitará a capital do design europeu, Helsínquia, na sua universidade. No final do ano, dará um salto até à báltica Lituânia, para ficar patente na sala de exposições da Embaixada de Portugal em Vílnius.

Esta viagem promocional continuará no próximo ano e no mês de Abril atravessará o Oceano Atlântico, até à “Big Apple”, Nova Iorque. E no dia 10 Junho, dia de Portugal e das comunidades portuguesas, vai estar presente em Newark, na galeria “A Ferro”, terra de grande emigração portuguesa, para finalmente regressar à Bemposta, à sua pátria portuguesa no mês de Setembro de 2009. Toda esta itinerância, remete-nos para a parte endógena, o sopro fundamental da sua essência.

Como é sabido, uma pequena terra como a Bemposta não tem ao seu dispor recursos económicos que a possam sustentar socialmente, mas a realidade comprova precisamente o contrário. E, sendo assim, tendo como pano de fundo uma exposição fotográfica que retrata uma pequena aldeia, como maximizar esta situação?

Em primeiro lugar, temos que referir que as imagens exóticas e os planos caricatos do objecto da exibição, a fotografia, chamam muita atenção aos visitantes por um completo contraste com o seu quotidiano; por outro lado, as cenas reflectidas na “Bemposta – A Deep Looking”, e como alguém dizia na inauguração no Museu de Harrow, … «existem várias Bempostas no mundo».
Assim, a originalidade, a inspiração do autor, vêm captar nos visitantes da exposição e eventuais turistas da aldeia da Bemposta, da região e do país, um sentimento de simpatia, ternura e de curiosidade. Portanto, estamos na presença de dois factores fundamentais para o sucesso – a originalidade e a afeição. Todavia, e até porque a dimensão territorial desta aldeia em concreto é muito reduzida, apenas 10 Km2, teremos que associar ao factor de desenvolvimento local, o regional e o nacional, pelo menos em termos turísticos, nem que seja apenas pela viagem e as inerentes despesas de deslocação.

Turisticamente, parece óbvio que a pequena Bemposta pode beneficiar com este projecto o país. A dimensão cultural que aqui já foi referenciada, aliás ela é a cara do projecto, mostra uma parte etnográfica de Portugal e se a intenção é seduzir além fronteiras e fazer desta campanha uma acção de charme do país, é primordial a divulgação nos países que irão acolher a “Bemposta On The Road” de uma forma séria, objectiva e pragmática, o que deverá estar a cargo do Instituto Camões, como representante cultural de Portugal no estrangeiro, nomeadamente através dos seus leitores ou centros culturais, e em certa medida do Turismo de Portugal, aproveitando o efeito de “bola de neve”, isto é, os conhecedores e os amantes de Portugal convidarem também os seus amigos.

Se até aqui reportamos apenas à diplomacia cultural, vamos agora entrar na diplomacia económica. Bom, na verdade essa destrinça não existe; o antagonismo da diplomacia económica e cultural só é aqui chamado para fundamentar a importância de uma mera exposição no estrangeiro, que pode implicar nos vários organismos responsáveis para a divulgação do nome de Portugal papéis muito específicos e concretos.

Continuando, o dia da inauguração das várias etapas da “Bemposta On The Road” é indispensável para que a diplomacia económica funcione. Neste caso, as embaixadas portuguesas têm uma função imprescindível no sucesso desse dia.

Primeiro, a presença do representante do Estado português, o Embaixador, revela-se de grande importância, pois poderá incentivar a comparência de personalidades e de entidades que normalmente colaboram e são convidadas para estes eventos pelas representações diplomáticas portuguesas.

Em segundo lugar, e aí direccionamos para um outro factor - da cooperação com uma entidade local - a relevância da presença do embaixador de Portugal e o apoio logístico e institucional das nossas embaixadas credibilizam ainda mais a iniciativa, testemunhando, inclusive, que o Estado Português apoia efusivamente a internacionalização do país nos vários níveis de acção.

No caso concreto desta situação, foi solicitada à Associação Domvs Egitanae, aquando da inauguração da exposição no Museu de Harrow, a hora de chegada do Embaixador de Portugal, pois o Council de Harrow, iria estar presente ao mais alto nível e gostariam de cumprimentar o chefe da diplomacia portuguesa no Reino Unido. E com esse interesse por Portugal, o Council de Harrow que alberga cerca de 215 000 habitantes, praticamente a mesma população que todo o distrito de Castelo Branco, arrasta também consigo outras personalidades locais, nomeadamente da área económica, cultural e social.

Como é apanágio num encontro cuja percepção diplomática esteja presente, o momento de descontracção e de maior informalidade, de troca de opiniões descomplexadas que é sugerido pelo cocktail, e mais uma vez, para além da finalidade principal anteriormente descrita, pode muito bem ser propício para a divulgação dos vinhos portugueses, em regra oferecidos pelo AICEP Portugal Global, e para conhecimento da gastronomia portuguesa.

Esta interligação das várias entidades que promovem o nome e o prestígio de Portugal além fronteiras - Embaixadas de Portugal, Instituto Camões, Turismo de Portugal e AICEP Portugal Global, em conjugação com a entidade promotora, neste caso a Associação Domvs Egitanae, com as entidades locais acolhedoras do evento - é a chave para o cumprimento dos objectivos propostos. Tudo isto em consonância e com verdadeira vontade de semear para, num curto/médio prazo, colher os frutos apetecidos de uma eficaz e objectiva política diplomática.

Este é o conceito diplomático empregado pelo projecto “Bemposta On The Road”, em que a simplicidade aparente na organização além fronteiras de uma exposição fotográfica tem por detrás dela toda uma complexidade de objectivos, que vão desde da promoção cultural, turística, à captação de investimento económico estrangeiro, ou seja, da divulgação objectiva e moderna do Portugal Europeu. É este conceito diplomático que teremos implementar nas várias paragens da “Bemposta On The Road” e que só poderá ter pleno sucesso se houver uma real colaboração dos organismos oficiais já referenciados pois, aliás, são esses que deverão ter a maior responsabilidade na divulgação deste tipo de acções.

Este é o contributo da nossa organização, Domvs Egitanae, no melhorar da acção diplomática portuguesa, e através do exemplo da promoção de uma pequena aldeia do interior de Portugal, a Bemposta, todo o país pode beneficiar com esta “âncora”. Tal como aconteceu com os Descobrimentos Portugueses, que abriu os horizontes ao povo português, também queremos que a “Bemposta On The Road” seja o início de um marco importante para a ambição, emancipação e desenvolvimento de todo o interior de Portugal.

Publicado no Jornal de Defesa e Relações Internacionais, em 18.04.2008



quarta-feira, março 31, 2010

Os Heróis de Malaca


Em 2011 celebra-se os 500 anos da conquista de Malaca pelos portugueses. Todavia, foi efectivamente, no ano de 1510 a data da chegada dos homens de D. Afonso de Albuquerque, àquela que era considerada a “Veneza” do sudoeste asiático, pois o seu porto era frequentemente visitado por mercadores vindos do Japão, China, Filipinas, Molucas, Pérsia, Malatar, Arábia e até de África. A sua situação geoestratégica em relação ao comércio marítimo da Ásia, fez com que os bravos exploradores lusitanos tomassem Malaca em muito pouco tempo. É espantoso que um pequeno país, com um pequeno exército, que rondaria na época 40 000 homens, dominasse o Reino de Marrocos, as costas marítimas ocidental e oriental de África e praticamente todo o comércio marítimo vindo da Ásia.

Se na então Índia Portuguesa que caiu nas mãos da União Indiana nos anos 60 do século passado, e bem como em Macau, cuja transferência da administração passou em definitivo para a China, em 1999, nestes dois casos havia uma ligação institucional com Portugal. O mesmo já não acontecia com Malaca, aonde esse vínculo institucional deixou de existir há séculos. Mas o que nunca findou, foi uma enorme vontade dos descendentes dos portugueses em continuar a preservar a herança histórica e cultural dos seus antepassados.

Um dos grandes dinamizadores da cultura portuguesa em Malaca é o Mestre Noel Felix, que viu realizado o sonho de uma vida, visitar Portugal. O nosso grande Mestre dizia que se sentia muito “gabado” em estar na terra dos seus “avós”. Durante a sua estadia em Portugal, que ocorreu entre o final do mês de Outubro e o início do mês de Novembro, também eu tive a felicidade de conhecer o grande Mestre, e não resisti em fazer a seguinte pergunta: “qual era o segredo que fez com que preservassem a cultura e a língua portuguesa durante todos estes séculos apesar do abandono do Estado português?” E foi então que o nosso Mestre simplesmente respondeu: “porque sentimos orgulho em sermos portugueses!”.

Bom, tomando o exemplo dos Heróis de Malaca, que contra todas as adversidades, conseguiram manter as tradições e a língua portuguesa naquele cantinho da Ásia, o mesmo já não acontece na sua vizinha Ilha da Sumatra, pois já ninguém preserva a cultura holandesa, antiga potência colonizadora, mas há também que prestar homenagem à comunidade macaense e toda a diáspora portuguesa, que vai mantendo a herança lusitana nas terras de acolhimento, apesar do abandono das entidades oficiais.

De referir, que a Associação Coração em Malaca está a desenvolver um notável projecto chamado “Povos Cruzados” dinamizado pela Cátia Candeias, mais conhecida pela Bárbara do Bairro Português e pelo José Machado, mestre em danças de folclore. Um dos objectivos principais deste trabalho será em preparar um manual com um dicionário de palavras em português e português de Malaca. O manual será escrito em quatro línguas: português – português de Malaca – malaio e inglês para quem dele deseje recorrer e necessitar de aprender a falar e escrever. De referir que em toda a Malásia existem à volta de 200 palavra de origem portuguesa.



Os esforços da comunidade de origem portuguesa em Malaca, que hoje ronda as 12 000 pessoas não pode cair no esquecimento, pois o seu trabalho diplomático é grandioso. As autoridades malaias permitem que esta comunidade goze de alguma autonomia e tenha órgãos políticos próprios, como é o caso do Painel do Regedor.

Decalcando as palavras do último presidente do Leal Senado de Macau, José de Sales Marques, quem quiser ser um empresa internacional e se esqueça da Ásia, não sabe o que anda a fazer, já para não falar que o sudoeste asiático possui uma população de mais 600 milhões de pessoas, e o seu crescimento económico galopante deveria ser considerado um grande incentivo por parte do Estado e das empresas portuguesas, para ali apostarem forte na sua internacionalização.

Por outro lado, há que observar com atenção a história e ter em conta que o eixo Goa-Malaca-Macau tem praticamente metade da população mundial, e com os antepassados históricos que Portugal tem com a região, urge a necessidade de retomar essa rota. Na rota do empreendorismo, pois Aicep deveria focalizar e adequar a sua política de incentivos para essa emergente área de negócios e não só para os mercados mais óbvios que são actualmente Angola e o Brasil, há que diversificar o investimento externo. Mas uma melhor definição estratégica do investimento externo não chega, talvez precisamos de uma acção diplomática mais activa no campo económico e cultural, e aí os Heróis de Malaca tiveram e têm uma relevância extrema.

Por fim, não podemos esquecer que o Estado português deve proporcionar às suas comunidades espalhadas pelo Mundo, como é o caso da comunidade Macau e de Malaca, uma estreita ligação a Portugal, no entanto não se tem verificado um grande empenho por parte dos nossos governos em preservar esta relação histórica. A inexistência de voos da TAP para estas regiões também é sintomático de uma falta de interesse em investir nestas importantes áreas do globo. Se oficialmente a administração da TAP diz que economicamente não é viável, em termos do interesse nacional esses voos para a Ásia são imprescindíveis para que o orgulho de ser português e o fomento dos negócios com a Ásia possam florescer, pois se tal aconteceu no passado, também com algum empenho poderá acontecer no presente.

Artigo publicado na revista Raia Diplomática em 28.11.2009



domingo, março 28, 2010

terça-feira, março 02, 2010

O regresso...do blog

O blog www.brunocaldeira.blogspot.com está de regresso!!!
E fica prometido ser mais activo!!